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domingo, 21 de agosto de 2016

Rio 2016 : Sob chuva, Rio lava a alma e dá adeus à Olimpíada que vai deixar saudade

Após 17 dias inesquecíveis, temporal no Maracanã não atrapalha a alegria na festa dos atletas e do público na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de 2016

Saudade. A palavra solitária que só na língua portuguesa consegue representar vários sentimentos deu o tom da despedida. Os Jogos Olímpicos do Rio prometem mesmo deixar saudade - até para quem não sabe exatamente seu significado. Debaixo de chuva no Maracanã, o país lavou a alma e celebrou na noite deste domingo o fim e o começo de um novo tempo. Foram 17 dias inesquecíveis da primeira edição disputada na América do Sul e que terminou do jeito que o brasileiro gosta e sabe fazer: com festa, emoção, alegria e muito samba.

Festa de encerramento Olimpíada Rio de Janeiro Maracanã (Foto: REUTERS / Fabrizio Bensch)
Festa de encerramento tem muito carnaval no Maracanã 

Santos Dumont fez o convite para retomar o voo pelos cartões-postais do Rio de Janeiro, que havia começado 17 dias antes, na cerimônia de abertura. Desta vez, a viagem por pontos turísticos como os Arcos da Lapa, o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar também proporcionou um passeio pela rica fauna brasileira, até formar os arcos olímpicos, ao som da percussão do grupo Barbatuques. 
Devagarinho, Martinho da Vila pediu licença para apresentar ao mundo os grandes maestros da música popular brasileira. Pixinguinha e o seu "Carinhoso", Braguinha e Noel Rosa foram homenageados pelo intérprete e compositor de Vila Isabel, que levou suas três filhas e uma neta, para ajudá-lo a contar e cantar um pouco o samba e o choro brasileiros. O momento dedicado à música terminou com um emocionante coro de 27 crianças – representando os 26 estados e o Distrito Federal – cantando o Hino Nacional do Brasil. A bandeira do país entrou no Maracanã nas mãos da ex-tenista brasileira Maria Esther Bueno.

Maracanã durante cerimônia de encerramento aros olímpicos (Foto: Reuters)
Aves brasileiras se unem formando os tradicionais aros olímpicos

A FESTA DOS ATLETAS

De Noel Rosa para Carmen Miranda. A famosa cantora e atriz que abriu portas para o Brasil no mundo, desta vez, foi representada pela cantora Roberta Sá, abrindo alas para a entrada das 207 delegações dos Jogos Olímpicos do Rio. O desfile dos atletas seguiu com mais música brasileira. O tradicional ritmo frevo foi apresentado. Também teve samba. Teve forró. E sobrou alegria na festa de quem deu o espetáculo nos últimos 17 
dias. 

Os atletas entram na mesma ordem da cerimônia de encerramento (Foto: Reuters)
Os atletas se despedem dos Jogos Olímpicos Rio 2016 (Foto: Reuters)

Com a Bandeira do Brasil nas mãos, Isaquias Queiroz, o canoísta que conquistou três medalhas na competição, representou a alegria dos 462 atletas brasileiros que tiveram a chance de defender o país em casa. Nesta altura, o gramado do Maracanã já tinha virado pista de dança. Criações de artistas brasileiros ganharam forma no centro do estádio, em seguida. Pinturas desde o tempo dos primeiros habitantes até os dias de hoje foram representadas. A cultura indígena tão marcante nas origens brasileiras foi lembrada com desenhos geométricos.

PARA DEIXAR SAUDADE

Arnaldo Antunes pediu licença para falar de saudade. O escritor, compositor e cantor recitou um poema que tem como tema a palavra famosa por só na língua brasileira definir de forma resumida vários sentimentos. Projeções de traduções em diversos idiomas para "saudade" foram lançadas pelo estádio. Em seguida, veio uma homenagem à arte manual das mulheres rendeiras, com a participação do grupo "Ganhadeiras de Itapuã", destacando a contribuição da cultura negra na formação do Brasil. A renda saiu de cena e entrou a argila. Era a vez de Luiz Gonzaga, o "Rei do Baião", e sua "Asa Branca" serem lembrados. 

Encerramento da Olimpíada  (Foto: Leonhard Foeger/Reuters)
Destaque palavra saudade e para o trabalho das Mulheres Rendeiras 

Um vídeo com cenas marcantes e emocionantes dos Jogos Rio 2016 foi exibido e serviu de introdução para a última premiação da competição, na entrega de medalhas da tradicional prova da maratona. Em seguida, grandes nomes do esporte, como a russa Yelena Isinbayeva, foram anunciados como novos membros da Comissão de Atletas do Comitê Olímpico Internacional (COI). Os voluntários, que se espalharam e se desdobraram em vários cantos da cidade nos últimos 17 dias, se uniram no centro do Maracanã e também foram homenageados, enquanto Lenine embalava o bonito momento. Era uma das últimas cenas olímpicas do Rio de Janeiro. Não demorou muito para o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, devolver a bandeira olímpica para o COI, em meio a algumas vaias e aplausos do público. O símbolo foi entregue em seguida a Tóquio, o palco da edição de 2020. 
O cartão de visitas dos japoneses para a próxima Olimpíada teve como destaques a palavra "Arigato" (obrigado, em português), que foi projetada em várias línguas durante a breve apresentação, e a tradição dos games japoneses. Reforçando os conceitos de "diversidade e harmonia ", Tóquio apresentou a intenção de incentivar a aceitação apesar das diferenças culturais dos povos. Para encerrar, uma queima de fogos. 

O presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, e do COI, Thomas Bach, fizeram seus discursos de encerramento. Estava na hora de o Rio se despedir para valer. As obras do paisagista brasileiro Roberto Burle Marx foram lembradas com novos desenhos no gramado. Em seguida, uma chuva artificial apagou o fogo da pira olímpica, enquanto Mariene de Castro cantava "Chovendo na Roseira ", de Tom Jobim.
Uma queima de fogos celebrou o fim da cerimônia. Mas foi fazendo carnaval, com o Cordão do Bola Preta e escolas de samba em cena, que o Rio transformou o Maracanã no Sambódromo, colocou o mundo para sambar e deu um "até logo" - já saudoso - aos Jogos Olímpicos.

Maracanã durante cerimônia de encerramento (Foto: Reuters)
Sob chuva, Maracanã celebra o fim dos Jogos Olímpicos no Rio (Foto: Reuters)

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sexta-feira, 19 de agosto de 2016

News : Terroristas Americanos, aterrorizam Brasil no Rio 2016

Jornal New York Post critica Ryan Lochte em manchete (Foto: Reprodução / New York Post)


LEIA A ÍNTEGRA DA CARTA DO COMITÊ OLÍMPICO DOS EUA

Dois nadadores do time olímpico americano (Gunnar Bentz e Jack Conger) deram depoimentos às autoridades locais nesta quinta-feira, referentes ao incidente primeiramente divulgado no domingo, 14 de agosto. Seus passaportes foram liberados, e eles deixaram o Rio.
Depois de fornecer um testemunho no início da semana, um terceiro nadador (James Feigen) revisou o depoimento com a esperança de que o seu passaporte também fosse liberado assim que possível.
Trabalhando em colaboração com o Consulado dos EUA no Rio, organizamos a cooperação dos atletas com as autoridades locais e garantimos a segurança dos atletas durante o processo, mas ainda não vimos os depoimentos completos de Bentz e Conger.
No entanto, entendemos que o que eles descreveram são os eventos que muitos viram nos vídeos da câmera de segurança que foram divulgados nesta quinta. E pelo que sabemos, os quatro atletas (Bentz, Conger, Feigen e Ryan Lochte) deixaram a Casa da França, no início da manhã, num táxi em direção à Vila Olímpica.
Eles pararam num posto de gasolina para usar o banheiro, onde um deles cometeu um ato de vandalismo. Uma discussão entre os nadadores e dois seguranças que puxaram suas armas, mandaram que saíssem do táxi e exigiram uma compensação financeira dos atletas. Uma vez que os seguranças receberam o dinheiro, os quatro foram liberados para ir embora.
O comportamento desses atletas não é aceitável, muito menos representa os valores do Time Americano ou a conduta da vasta maioria de seus membros. Nós iremos revisar o caso, além de possíveis consequências aos atletas, assim que todos estivermos de volta aos Estados Unidos.
Em nome do Comitê Olímpico dos Estados Unidos, pedimos desculpas aos nossos anfitriões no Rio e aos brasileiros pelo problema causado durante o que deveria ser apenas a celebração da excelência.
A três dias do fim dos Jogos Olímpicos, nosso foco principal continua sendo o apoio aos atletas que ainda estão competindo e comemorando os resultados daqueles que já encerraram a sua participação.

ENTENDA O CASO

Primeiramente, Ryan Lochte afirmou ter sido assaltado depois de uma festa na Casa da França, na Lagoa, Zona Sul do Rio, na madrugada do domingo. O atleta, que havia sido convidado pelo brasileiro Thiago Pereira, disse que estava num táxi com os outros três atletas dos Estados Unidos quando foi abordado por bandidos armados portando distintivos falsos. James Feigen, no entanto, contou à Polícia que o homem que rendeu o táxi estava em um veículo branco antigo.
Lochte prestou depoimento no domingo à noite na Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat), no Leblon. O atleta repetiu a versão que Feigen havia contado à polícia e disse que estava bêbado e não lembra detalhes do assalto – só os dois prestaram depoimento. Os agentes passaram a procurar o taxista que teria levado os nadadores da Lagoa à Vila Olímpica. A polícia teve acesso às imagens do posto de gasolina, onde eles pegaram o táxi, e buscou registros de câmeras de segurança que ficam no trajeto.
Imagens da chegada dos americanos à Vila Olímpica, feitas pelas câmeras de segurança no início da manhã do dia em que o roubo teria acontecido, ajudaram a alimentar dúvidas. Divulgadas com exclusividade pelo Daily Mail, elas mostram Lochte, Bentz, Conger e Feigen  muito calmos depois do acontecido, segundo análises. Em seguida, o apresentador Matt Lauer, da rede de televisão americana NBC, revelou uma conversa que teve por telefone com Lochte. Segundo o jornalista, o atleta contou uma versão diferente daquela que passou em depoimento aos policiais brasileiros, mudando dois detalhes
O âncora afirmou que Lochte foi firme ao confirmar que o roubo ocorreu, negando que ele e os outros três tivessem inventado a história para encobrir um erro de comportamento. Lauer disse que o nadador contou que o táxi foi abordado por criminosos num posto de gasolina, o que foi de encontro à versão original de que os quatro teriam sido vítimas de uma falsa blitz. Lochte teria dito também que um dos criminosos não encostou o cano de um revólver em sua cabeça, mais precisamente na testa, mas que teria apenas apontado em sua direção.
Com Lochte já de volta aos Estados Unidos, na quarta-feira os outros nadadores envolvidos no caso foram impedidos de embarcar para o país. Bentz e Conger se calaram ao serem levados à delegacia do aeroporto internacional Tom Jobim para prestar depoimento – os dois foram retirados do avião, momentos antes da decolagem, por policiais civis e agentes da Polícia Federal. Após quase quatro horas na delegacia, foram liberados no início da madrugada de quinta, por volta de 1h20, e se hospedaram num hotel próximo ao Galeão. Conforme as investigações prosseguiram, os atletas confirmara que não houve roubo.
Aos 32 anos, Ryan Lochte é considerado um dos maiores atletas olímpicos de todos os tempos. Ele, no entanto, teve participação discreta na Rio 2016. Mas com o ouro do revezamento 4x200m livre – com Bentz e Conger na equipe –, alcançou sua 12ª medalha nos Jogos, tornando-se o segundo nadador com mais pódios na história. Feigen fez parte do time americano que disputou o revezamento 4x100m livre e também levou medalha de ouro.

Capa jornal Lochte (Foto: Reprodução / Daily News)


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segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Rio 2016 : Das ruas ao tatame: Rafaela Silva, um diamante lapidado com pés no chão

Campeã olímpica na categoria até 57kg supera infância humilde na Cidade de Deus 

e desponta como melhor (e pior) exemplo para crianças da comunidade carioca

Naquele tempo ter chinelos era luxo. Para quem tinha um par, abrir mão dele para poder brincar descalça representava o risco real de voltar para casa com os pés no chão. Rafaela, moradora nova, virou vítima das circunstâncias. Passou um mês chorando para o pai, pedindo outras sandálias. A culpa não era dela! Os meninos da rua que a tinham roubado! Quando finalmente venceu Seu Luiz Carlos pelo cansaço, mal teve chance de aproveitar. Ficou de novo sem calçado. Apanhou em casa. E aprendeu na marra uma lição que moldaria sua personalidade.
- Eu gostava de soltar pipa, jogar bola... e eles roubavam minha linha, meu chinelo... Eu fiquei um mês inteiro chorando. Meu pai falou que era caro e não podia me dar. Fui chorando, chorando, ele deixou de comprar coisas para a casa, foi e me deu o chinelo novo. No mesmo dia fui brincar de pique-esconde e o levaram. Cheguei em casa, tomei uma surra. Aí aprendi a ser esperta aqui na rua também para sobreviver.

Rafaela Silva judô (Foto: Reuters/Toru Hanai)
Rafaela Silva, medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro

A necessidade de se impor fez de Rafaela Silva uma lutadora ainda criança. A agressividade aflorada nas brigas pela vizinhança foi disciplinada através do judô, e a menina que superou a pobreza em uma das comunidades mais violentas do Rio de Janeiro tornou-se campeã olímpica. Das ruas para o tatame, da Cidade de Deus para o mundo, um talento natural tão latente que resiste mesmo diante de uma postura considerada um tanto displicente para um atleta de elite.
Rafaela personifica extremos. Vai do pior ao melhor exemplo para os aprendizes do polo de Jacarepaguá do Projeto Reação, onde foi revelada - sendo descuidada com a alimentação e preguiçosa em relação aos treinos, mas tida como maior símbolo de sucesso de uma população marcada pela falta de perspectivas e estigmatizada pelas telas de cinema. A medalha conquistada nesta segunda (única que faltava no currículo da carioca), no tatame da Arena Carioca 2, a transforma em heroína não apenas da comunidade, mas também de um país inteiro. 
No caminho rumo ao pódio, a peso-leve (até 57kg) não deu chances para suas três primeiras adversárias. A semifinal contra a romena Corina Caprioriu foi cheia de emoção, e a brasileira levou a torcida à loucura com um wazari, já no golden score (morte súbita). A medalha dourada veio na vitória contra Sumiya Dorjsuren, da Mangólia. 
DA BRIGA DE RUA À DISCIPLINA DO TATAME
Seu Luiz e Dona Zenilda trabalhavam fora. Ele era entregador de pizza, ela vendia botijões de gás. Com duas filhas pequenas e arteiras, procuraram ajuda na associação de moradores para mantê-las ocupadas. Com uma lista de atividades em mãos, apresentaram as opções para as meninas. Raquel, a mais velha, quis fazer dança. Rafaela escolheu o futebol. 
O interesse da primogênita pelas artes se esvaiu quando viu o nível da turma. Todos estavam muito avançados. A caçula não pôde mostrar sua habilidade com a bola nos pés porque havia times apenas para meninos. Assim, as duas foram conhecer um tal de judô, marcado como segunda opção. Sabiam que era uma luta e, acostumadas a encararem uma boa briga tanto na escola quanto na rua, acharam que ali poderiam se dar bem. Mas não tinham real noção do mundo que poderia se abrir, de quão longe poderiam ir.
Rafaela Silva, judoca (Foto: Alexandre Durão / GLOBOESPORTE.COM)
Rafaela com Geraldo: técnico viu na carioca um diamante bruto

Geraldo Bernardes teve esta visão assim que as conheceu. Em 2000, o ex-técnico da seleção brasileira, com a experiência de quem levou atletas a quatro edições olímpicas, lançou um projeto social em Jacarepaguá para atender a comunidades carentes como a Cidade de Deus (CDD). As meninas passaram a treinar com ele e logo despontaram.
A primeira a se sobressair foi Raquel. Com 11 anos, tinha gosto por treinar e só saia da academia de noite. Rafaela, três anos mais nova, precisava de um empurrão extra para deixar as brincadeiras na calçada e vestir o quimono. Quando entrava no tatame, porém, mesmo sem o mesmo afinco da irmã, não ficava atrás nos resultados.
A percepção de que as duas poderiam chegar à seleção brasileira fez com que Geraldo expandisse seus cuidados. Exigiu que as brigas se tornassem passado. Se ficasse sabendo de algo, elas estariam fora do instituto. Arrumou uma bolsa de estudos para Raquel em uma escola particular, e ajudou – e muito – no custeio de despesas. Passagens, alimentação, inscrições em torneios. Como a família era muito humilde, era ele a fazer o investimento. Tinha certeza de que valeria a pena.
- Até pela idade apostei primeiro na Raquel. Mas as duas também competiam entre si, tinham aquela postura competitiva que é ótima para a evolução no esporte. Tinham a personalidade ideal para o esporte de alto rendimento. Quem mora em uma comunidade carente vive um sacrifício diário, vê mortes, há pouca comida. Isso tudo gera uma agressividade natural. No caso da Rafaela, além da oportunidade de transformar, ela tinha muita coordenação física, pulava muro, tinha uma envergadura grande e era canhota... Ela também é muito inteligente, pega rápido as informações sobre as adversárias – disse o treinador.
judô Rafaela Silva Raquel (Foto: Leslye Davis / The New York Times)
Rafaela e Raquel eram briguentas na infância: agressividade foi disciplinada (Foto: Leslye Davis / The New York Times)

Rafaela só passou a levar o esporte mais a sério quando a irmã, aos 14 anos, foi convocada para uma competição na Bolívia. Ela queria fazer como a mais velha, também queria viajar, rodar o mundo. Mesmo com apenas 11 anos, já sabia que era boa. Vencia todas as adversárias tão rápido que podia até brincar entre uma luta e outra na competição. Ouviu de Geraldo que seria preciso mudar.
Quando Raquel se viu grávida ainda na adolescência, Rafaela assumiu o protagonismo. Com a irmã, até então mais bem-sucedida, de resguardo – depois da maternidade uma série de lesões complicaria a carreira da primogênita -, a caçula foi obrigada a crescer. Em casa, quando o pai não estava, era ela que carregava nas costas os botijões de gás para ajudar a mãe. Nos treinos era chamada a atenção a todo o instante. Mesmo que fosse superior a todas as colegas, ela sempre tinha o que melhorar. Não bastava ser boa. Estava sendo lapidada para tornar-se a melhor do mundo.
Enquanto o filme Cidade de Deus tornava-se um sucesso mundo afora, com quatro indicações para o Oscar, a família Silva vivia a violenta realidade da região. Mesmo não morando mais dentro da CDD, visitavam com frequência os familiares que seguiram na comunidade. As meninas perderam a conta de quantas vezes encerraram as brincadeiras na rua devido ao início de algum tiroteio. Durante um período, uma boca de fumo instalou-se ao lado da casa da avó. Era comum ver policiais e bandidos trocando tiros por horas.
- A gente sabia que era perigoso, mas como a gente vivia naquele meio, via os caras armados, vendendo, tudo era normal. A gente não se assustava. Quando tinha tiroteio, todo mundo saia correndo desesperadamente, mas era algo que acontecia no dia a dia – lembrou Raquel.
- Quando a gente ia visitar a família do meu pai, era bem violento. A gente via droga, arma. Tem uns dois anos, vindo da festa de 15 anos da minha prima, tem uma parte lá na CDD em que as ruas são bem estreitas. Entrei, tinham uns meninos vendendo droga na esquina. Passei com o carro, vidro fechado, e um menino falou “Ih, é um carro desse que eu vou roubar para mim quando eu crescer”. Fiquei desesperada – contou Rafaela.
Felizmente a criminalidade não gerou nenhum dano mais grave à família das judocas. Não houve perdas, nenhum grande trauma. Só lembranças bem vivas sobre uma vida que não queriam para si: haviam sido educadas desde cedo para diferenciarem o certo do errado, e o judô só ratificara os valores passados pelos pais.
judô Rafaela Silva casa (Foto: Leslye Davis / The New York Times)
A entrada da casa da família na Freguesia, onde ainda moram os pais de Rafaela e Raquel: local passou por reformas e ampliações graças ao dinheiro ganho pelas irmãs através do judô (Foto: Leslye Davis / The New York Times)

Conforme a vida de atleta de Rafaela e Raquel foi tomando forma, os títulos se acumularam e os patrocínios surgiram, a vida da família melhorou exponencialmente. A rotina de luta, tanto das meninas quanto dos pais, no entanto, seguiu quase inalterada.
Seu Luiz e Dona Zenilda ainda trabalham duro. O pai recebeu uma Kombi de presente e hoje faz fretes a um preço médio de R$ 150 reais. A mãe agora tem uma vendinha e oferece aos moradores da região todo tipo de produto: dos mesmos botijões de gás que vendeu em tempos de vacas magras a alimentos e peças de moda íntima feminina.
A casa da família, no bairro da Freguesia, Zona Oeste do Rio, antes contava com apenas um quarto, dividido entre pais e filhas. Hoje tem um segundo andar, com outro banheiro e três dormitórios. Rafaela não mora mais lá, vive sozinha em um apartamento no Méier e tem um carro de dar inveja aos vizinhos. Mas na parede da casa em que passou a maior parte da vida, logo à direita da porta de entrada, estão dois dos símbolos de suas maiores conquistas: diplomas reconhecendo o mérito pelos ouros conquistados no Mundial júnior de 2008 e no Mundial sênior de 2013. 
Os dois quadros, emoldurados com orgulho em algum momento do passado, estavam cobertos por teias de aranha no dia em que o GloboEsporte.com visitou a residência. Mais um dos tantos contrastes que permeiam a vida da primeira mulher brasileira campeã do mundo no judô.
judô Rafaela Silva casa diplomas (Foto: Leslye Davis / The New York Times)
Diplomas e miniatura de quimono com teias de aranha (Foto: Leslye Davis / The New York Times)

DESCLASSIFICAÇÃO, RACISMO E DEPRESSÃO
Na caminhada rumo ao mais importante título de sua carreira, Rafaela passou por várias decepções. Pequenas, médias e grandes. Até chegar à seleção brasileira principal, a menina da CDD sobrava diante das adversárias da mesma idade e do mesmo peso. Mas as grandes competições costumavam render surpresas desagradáveis. Duas semanas antes de um Pan-Americano de judô, quebrou o braço. Em um Brasileiro, foi desclassificada ao aplicar um golpe com uma entrada com o pescoço no chão. E aí vieram as Olimpíadas.
Representante do Brasil na categoria até 57kg, a carioca chegou a Londres 2012 como vice-campeã mundial e quarta colocada no ranking. Era a primeira vez na história que o país classificava a equipe completa com 14 atletas, e Rafaela estava entre as apostas de medalhistas da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). Ela tinha o status de quem havia desbancado Ketleyn Quadros, única mulher medalhista olímpica do Brasil na história da modalidade.
Na estreia, vitória sobre a alemã Miryam Roper por dois yukos. Uma das favoritas, a portuguesa Telma Monteiro, já havia sido eliminada. Pela frente, nas oitavas, o duelo seria com a húngara Hedvig Karakas. Estava tudo correndo bem até a brasileira usar um Kata Otoshi, técnica conhecida como catada de pernas, para conseguir um wazari. Na revisão em vídeo, a arbitragem não só retirou a pontuação como desclassificou Rafaela. Em questão de segundos o mundo dela desmoronou.
A reação imediata foi o choro, o desespero. Abraçou a técnica Rosicleia Campos e chorou ainda mais. Ninguém sabia como consolá-la no ginásio. Quando finalmente chegou ao hotel e achou que teria conforto nas palavras das pessoas amadas, centenas de notificações em suas redes sociais chamaram atenção. Rafaela abriu o Twitter e se revoltou. Pela internet, havia recebido todo tipo de crítica e insultos racistas.
- Tinha que lugar de macaco era na jaula, e não nas Olimpíadas, que eu era vergonha para a minha família. Tinha um comentário (dizendo) que eu estava gastando o dinheiro que a pessoa pagava de imposto para querer ganhar roubando. Respondi que eu pagava imposto também. (...) Da maneira que eu perdi já tinha doído bastante. Eu estava indignada, só queria minha família. Achei que ia ter incentivo, mas estava todo mundo me criticando. 
Rafaela Silva é eliminada no judô de Londres (Foto: Marcio Rodrigues / FOTOCOM.NET )
O primeiro consolo nos braços da técnica Rosicleia Campos 

Rafaela Silva Judô mundial (Foto: Reuters)
No Maracanãzinho, um ano depois da decepção em Londres, Rafaela deu a volta por cima com o título mundial 


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sábado, 6 de agosto de 2016

Famosos : Mulher Maçã está sentida: 'Não me convidaram para levar a tocha'

Funkeira, que lançou música para dar as boas-vindas aos atletas, fez ensaio no Museu do Amanhã, na Zona Portuária do Rio.


Grace Kelly, a Mulher Maçã (Foto: Guilherme Gomes/Gk Apple produções)
Grace Kelly, a Mulher Maçã,, fotografou no Museu do Amanhã, no Rio 

Gracy Kelly, a Mulher Maçã, está arrasada! A funkeira não se conforma do fato de não ter sido convidada para conduzir a tocha olímpica pelo Rio de Janeiro. Logo agora que ela, em parceria com o primo Romy, compôs uma música que dá as boas-vindas aos atletas. "Queria tanto ter carregado a tocha... Acho que vou fazer um protesto contra isso. Estou muito sentida. Muito!", disse ela.
A nova música de Maçã chama-se "Apple Gold" e se refere à luta dos atletas pelas medalhas de ouro. "O mundo nesse momento está com olhos para o Rio de Janeiro.Isso é muito importante, afinal de contas foram anos nos preparando para esse grande evento olimpico. Eu quero mostrar  a cultura do Brasil para o mundo estamos preparados".
Para divulgar "Apple Gold", Gracy esteve no Museu do Amanhã, localizado na Zona Portuária do Rio e que é o novo point turístico do Rio. Na região se concentra também o Boulevard Olímplico, onde vários palcos foram armados para a apresentação de shows durante a Olimpíada da Rio 2016. Que boas-vindas para os turistas, não?
Grace Kelly, a Mulher Maçã (Foto: Guilherme Gomes/Gk Apple produções)
Grace Kelly, a Mulher Maçã 

Grace Kelly, a Mulher Maçã (Foto: Guilherme Gomes/Gk Apple produções)
Grace Kelly, a Mulher Maçã, também posou nos arcos olímpicos, na Praia de Copacabana 


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terça-feira, 2 de agosto de 2016

Novidades : O sul pede Desculpas





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Rio 2016 : Carro atinge ciclista coreano que treinava na Vista Chinesa

Até as 12h15, não havia informações sobre o estado de saúde de Okcheol. Carro da delegação da Coreia socorreu atleta, segundo a PRF

Um atleta de ciclismo de estrada da Coreia foi atingido de por um carro perto da Vista Chinesa, na Zona Sul do Rio, na manhã desta terça-feira (2). Segundo a Polícia Rodoviária Federal, Kim Okcheol teve ferimentos leves e foi socorrido por um carro de apoio da equipe coreana.
Até as 12h25, não havia informações detalhadas sobre o estado de saúde do atleta de 21 anos.
A Estrada da Vista Chinesa, dentro do Parque Nacional da Tijuca, é muito usada por ciclistas para treinamento. Com subida íngreme, no meio da floresta urbana, bicicletas e carros têm que dividir a mesma via, que tem muitas curvas.

Coreano atropelado na Vista Chinesa (Foto: Polícia Rodoviária Federal/Divulgação)
Coreano foi atropelado na Vista Chinesa (Foto: Polícia Rodoviária Federal)

Coreano atropelado na Vista Chinesa (Foto: Polícia Rodoviária Federal/Divulgação)
Okcheol estava pedalando na Floresta da Tijuca (Foto: Polícia Rodoviária Federal)

Coreano atropelado na Vista Chinesa (Foto: Polícia Rodoviária Federal/Divulgação)
Carro que atropelou coreano ficou com vidro quebrado (Foto: Polícia Rodoviária Federal)


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Rio 2016 : Não são só os uniformes: palestinos encaram problemas e até rato na Vila

Delegação segue sem parte das roupas e cogita comprar ternos para abertura. Atleta relata falhas elétricas e hidráulicas e encontro com roedor no 14° andar de um prédio


A perda de parte dos uniformes foi apenas um dos problemas enfrentados pela delegação da Palestina nos dias que antecedem a Olimpíada. A exemplo do que aconteceu com outros países, caso notório da Austrália, os palestinos encontraram acomodações longe do ideal na Vila Olímpica. Havia falhas nos sistemas elétrico e hidráulico. E uma visita surpreendente: um rato apareceu no quarto dos atletas. O curioso é que eles ficam no 14° andar de um dos prédios.

- Estive em Londres, e estava muito melhor. Tivemos problemas com hidráulica e eletricidade aqui. Não estava pronto. Estava em um estágio que parecia faltar um ano para a Olimpíada. Teve até rato no quarto, e olha que fica no 14° andar – disse o nadador Ahmed Gebrel.

Palestina (Foto: Alexandre Alliatti)
Delegação da Palestina nesta terça-feira na Vila Olímpica

Segundo o atleta, a situação já melhorou bastante – ele diz estar adorando a experiência na Vila. Mas a delegação palestina segue angustiada com a falta de uniformes. Parte do material, incluindo roupa de treino, ficou retida na alfândega em Tel-Aviv, Israel – com quem a Palestina tem um conflito histórico.

A delegação já se prepara para ir às compras. Uma das preocupações é com a cerimônia de abertura. As roupas das mulheres chegaram – um alívio, já que a porta-bandeira será a nadadora Mary Al-Atrash -, mas os homens provavelmente terão ternos comprados em lojas.

- No momento, temos o uniforme das mulheres. Isso é importante, por causa da porta-bandeira. Para os homens, teríamos um terno com as cores da Palestina, em uns quadrados. Mas não chegaram. Estamos pensando em comprar uns ternos normais. Teremos que comprar – afirmou o judoca Simon Yacoub.

Ahmed Gebrel, Palestina (Foto: Alexandre Alliatti)


A Palestina pediu a ajuda do COI para resolver a situação, mas não tem grandes esperanças de contar com os uniformes em tempo para as disputas. 

- Sinceramente, acho que não chegarão – lamentou Yacoub.

O país teve sua bandeira hasteada nesta terça-feira na Vila Olímpica. A Palestina tem seis atletas presentes na Olimpíada: quatro homens e duas mulheres. A nação estará representada na natação (dois competidores), no judô, no atletismo (dois competidores) e no hipismo. 

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segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Famosos : Wesley Safadão e Thyane Dantas se casam em cerimônia íntima no Ceará

Celebração ecumênica aconteceu nesta segunda-feira, 1º, no Terminal Marítimo de Fortaleza, no Porto de Mucuripe; saiba todos detalhes.


Casamento Wesley Safadão (Foto: Clécio Albuquerque - @clecioalbuquerque/Divulgação)
Wesley Safadão e Thyane Dantas se casam em Fortaleza

O grande dia chegou para Wesley Safadão e Thyane Dantas! O casal celebrou nesta segunda-feira, 1º, o casamento em meio ao pôr do sol à beira mar em uma cerimônia ecumênica para cerca de 300 pessoas, entre amigos mais íntimos e familiares. A festa aconteceu no Terminal Marítimo de Fortaleza, no Porto de Mucuripe - um dos espaços mais badalados para festas e eventos da cidade. O casamento foi realizado exatos quatro anos após o primeiro encontro dos pombinhos. Eles optaram por não ter a presença da imprensa fazendo cobertura no local da festa. Mas, por meio da assessoria de imprensa de Thyane, o casal repassou ao EGO informações exclusivas da celebração. Saiba todos os detalhes:

Músicas
O cantor gospel Davi Sacer se apresentou juntamente com o músico cearense Paulo José e sua banda. As músicas escolhidas para a recepção foram do repertório de Toca do Vale e também da dupla Bruno e Marrone.

Decoração
Thyane e Wesley fizeram questão de prestigiar os profissionais do Ceará na hora de contratar as empresas para realizar a festa do casamento. O evento foi organizado pelo Cerimonial Alódia Guimarães. Já a cerimônia e recepção ficaram à cargo de Jacaúna Aguiar, que decorou o local com flores nobres, muitos lustres de cristais e prata. Almofadas com estampas exclusivas feitas pela empresa “Cheio de Cor Cheio de Amor” foram desenvolvidas pela marca especialmente para enfeitar os sofás da festa.
Mais de 3.000 m² de tecido, 2.000 m² de carpete, 1.300 m² de estruturas de alumínio e 400 pontos de luz foram instalados no local pela empresa Nazca eventos. Ao todo, 150 homens foram envolvidos na montagem, que começou quatro dias antes do evento.

 Buffet
O buffet foi assinado pelo La Maison e no cardápio iguarias da terra cearense como prato principal: lagostas e camarões (os preferidos de Thyane Dantas). Uma mesa de queijos também teve destaque. Chocolates da empresa Toca Fina, Biscoitos Briejer e os bem casados de Célia Bezerra dividiram a mesa de doces. Foi servido ainda espumantes da marca J.P Chenet. Também foi montada uma sorveteria dentro da festa.

Thyane Dantas  (Foto: Reprodução / Instagram)
Thyane Dantas Foto: Instagram

Preparação e vestido da noiva
A noiva Thyane Dantas ficou sob os cuidados do Salão Mulher Cheirosa. A maquiagem e o cabelo ficaram à cargo de Eduardo Ferreira. O vestido da noiva e da daminha Ysis, filha do casal, foi desenvolvido pelo estilista Ivanildo Nunes, conhecido por sua arte com bordados de renascença. Já o responsável pela confecção do terno de Wesley foi o estilista Ricardo Almeida.

Casamento no civil
Na semana passada, no dia 25 de julho, eles já tinham assinado os papéis do casamento no Civil no próprio apartamento do casal, em Fortaleza. No mesmo dia, Thyane mudou o seu nome em seu perfil do Instagram, adotando o nome de casada: Thyane Dantas Oliveira.

Book de casamento
Ainda no dia 25 de jullho, os pombinhos posaram para um book de casamento assinado pelo fotógrafo Clécio Albuquerque. Nesta segunda-feira, 1°, o cantor chegou a divulgar um vídeo de making of do ensaio em que aparece em imagens românticas com a mulher, Thyane Dantas. Empolgado com a comemoração, ele escreveu: "01.08.16 - É hoje! Senhor meu Deus, eu te entrego esse dia tão especial em minha vida! Que o Senhor esteja cada dia mais presente em nossa união e na nossa família! @thyane_dantas Eu Te Amo! 

Thyane Dantas, Wesley Safadão e os filhos (Foto: Reprodução / Instagram)
Thyane Dantas, Wesley Safadãoe os filhos (Foto: Instagram )

'Precisava apresentar minha mulher a Deus', disse Wesley
Wesley Safadão e Thyane Dantas já moravam juntos já alguns anos e são pais da pequena Ysis, de 2 anos. Ele também é pai de Yhudy, de 5 anos. Em recente entrevista ao EGO, o cantor contou que a decisão de oficializar a união veio depois que eles começaram a frequentar o curso Casados para Sempre.
"Eu já me sentia casado, porque moramos juntos há bastante tempo. Depois do curso, eu entendi a importância de receber a benção de Deus. Daí veio a decisão de me casar. Na minha cabeça, eu já era casado, mas eu precisava apresentar minha mulher a Deus e colocar Ele à nossa frente", explicou ele.

Casamento Wesley Safadão (Foto: Clécio Albuquerque - @clecioalbuquerque/Divulgação)
Wesley Safadão, Thayne Dantas e os filhos

Casamento Wesley Safadão (Foto: Clécio Albuquerque - @clecioalbuquerque/Divulgação)
Wesley Safadão, Thyane Dantas e os filhos (Foto: Instagram )

Casamento Wesley Safadão (Foto: Clécio Albuquerque - @clecioalbuquerque/Divulgação)
Casamento Wesley Safadão e Thyane Dantas (Foto: Instagram )

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Rio 2016 : Rampa danificada da Marina da Glória teve erro de projeto, diz especialista

Estrutura não previa forte ondulação. Engenheiros do COI inspecionaram rampa nesta segunda. Comitê Rio 2016 prometeu que tudo ficará pronto até sexta


Rampa danificada na Marina da Glória vela (Foto: Leonardo Filipo)
Rampa danificada na Marina da Glória: projeto não levou em conta ondulação

O projeto da estrutura temporária da rampa principal da Marina da Glória não considerou a ondulação provocada pela ressaca do fim de semana. Segundo uma fonte ouvida pelo GloboEsporte.com da área de engenharia náutica, houve um colapso estrutural causado pela força da água - e não do vento como inicialmente foi noticiado. A ponta da rampa que arrebentou estava fixa, e não maleável. A fonte pediu para não ser identificada.  Através de comunicado, o Comitê Rio 2016 informa que não pode fazer nenhum pronunciamento sobre um possível erro de projeto, já que ainda não recebeu o laudo da empresa responsável pela estrutura.
Nesta segunda-feira, engenheiros do Comitê Olímpico Internacional (COI) avaliaram o dano. A decisão do que será feito - se ela será consertada ou totalmente trocada - será dada nesta terça. O Comitê Rio 2016 prometeu que a rampa estará pronta na próxima sexta-feira. A vela da Olimpíada do Rio começa no dia 8 de agosto.
Segundo a fonte, é possível refazer a estrutura em até três dias, reforçando a parte debaixo, soldando e colocando-a de volta para água. A ondulação mais forte aconteceu durante a madrugada de sexta para sábado.

- Não tem mistério. Com a mão de obra que eles têm podem aprontar até o fim da semana - disse.
Sem a rampa maior, velejadores precisara usar a de concreto, com pelo menos a metade da largura da que rompeu. Na hora de maior pico, por volta das 13h, houve um congestionamento de barcos. Mas como se tratava de um treino, e não de competição, não houve contratempos.

Rampa danificada na Marina da Glória vela (Foto: Leonardo Filipo)
Engenheiros verificam rampa danificada na Marina da Glória

Congestionamento barcos Marina da Glória vela (Foto: Leonardo Filipo)
Congestionamento de barcos na rampa de concreto da Marina da Glória


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